"Numa conferência tão interessante quanto hilariante, intitulada "Schools Kill creativity", Ken Robinson pergunta porque é que todos os sistemas educativos valorizam desmedidamente mais a matemática, as línguas, as ciências em detrimento das artes - e particularmente a dança, no fundo de qualquer hierarquia de ensino. É a relação com o nosso corpo, a sua capacidade expressiva, emotiva e cognitiva, menos importante que o desenvolvimento do pensamento lógico e o conhecimento científico? É fundamental que a escola ajude a desenvolver a criatividade da mesma maneira que promove a literacia - particularmente num mundo em tão rápida mudança.(...) Aceder à sua intimidade, aos seus sentimentos, sem os excessivos constragimentos socialmente impostos, indo para além do "já-sentido" ou do "já-pensado", é a autonomia que a educação deve proporcionar.(...) Este movimento educativo não é espontâneo nem rápido. Nunca está terminado. É preciso continuamente purificar o olhar, os sentidos, presos ao que já conhecem ou pensam conhecer."
Paulo Pires do Vale
Professor, curador e ensaísta
Para ler na L+arte de Fevereiro
*expressão retirada da exposição "entre muros" da Ana Vieira
Já ouviste a conferência? É brilhante. De cada vez que ouço os suspeitos do costume discutir educação em Portugal, só me pergunto, mas porque é que não se calam todos e vão aprender com o professor Ken Robinson?
ResponderEliminar